À medida que o sistema de saúde da Venezuela entra em colapso, gestantes e meninas sofrem os impactos da crise



Por Anasia Moloney

Bogotá — Na principal maternidade de Caracas, os bancos de sangue e armários de remédios estão vazios, há cortes regulares de energia e água, e mulheres e meninas estão morrendo desnecessariamente, segundo uma das poucas médicas remanescentes, a Dra. Luisangela Correa.

A cirurgiã é uma das três que restaram no hospital Concepción Palacios, na capital venezuelana, onde os elevadores e a maioria dos banheiros estão fechados e não há gazes, esterilizadores ou aparelhos de radiografia.

“Somos como prisioneiros, mantidos reféns por esta situação. A esperança é o que nos mantém aqui”, disse à Thomson Reuters Foundation a Dra. Luisangela, de 45 anos.

“Se não abandonamos o hospital, é porque esperamos que as coisas melhorem.”

Milhões de venezuelanos fugiram do país para escapar de uma crise econômica e política que deixou cerca de sete milhões, um em cada quatro venezuelanos, precisando de ajuda humanitária, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

A chefe de direitos humanos da ONU, Michelle Bachelet, disse após uma missão de três dias ao conturbado país sul-americano, que o sistema de saúde da Venezuela estava em “estado grave”.

A falta de medicamentos e equipamentos básicos estava “causando mortes evitáveis”, descreveu ela, algo que a Dra. Luisangela está testemunhando em primeira mão.

As taxas de infecção na maternidade são altas porque os funcionários da limpeza não têm desinfetantes para eliminar as bactérias, e não há esterilizadores para os médicos limparem os equipamentos, disse ela.

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