Os desdobramentos das leis antifumo para a saúde infantil



Por Roxana Tabakman

Uma nova pesquisa internacional confirma e quantifica os efeitos benéficos das leis antitabaco na saúde das crianças brasileiras. 

Os autores estimaram que a implementação da lei federal antifumo no Brasil contribuiu para evitar a morte de 15.068 crianças com menos de um ano, e calcularam que outras 10.091 vidas poderiam ter sido salvas (IC 95% de 1.196 a 21.761) se o país inteiro tivesse adotado leis mais rigorosas desde 2000.

A pesquisa, fruto da colaboração do Imperial College London, na Inglaterra, com a Universidade de São Paulo (USP), o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Erasmus University Medical Center , na Holanda, a University of Edinburgh, no Reino Unido, e a União Internacional Contra a Tuberculose e Doenças Pulmonares, na França, concluiu que os benefícios para a saúde da criança seriam ainda maiores nos locais mais pobres e com menos acesso à escolaridade.

O estudo

O tabagismo passivo está relacionado com várias doenças na infância, assim como com o nascimento pré-termo e o baixo peso ao nascer, e há evidências de que em países de alta renda as leis antifumo impactaram positivamente na saúde das crianças. Segundo o Dr. Christopher Millet, professor de saúde pública da faculdade de medicina do Imperial College London e professor convidado da USP, a ideia de realizar esta pesquisa “nasceu do conhecimento sobre o impacto da legislação na Europa, “e por sabermos que em países de renda média, como o Brasil, a pesquisa era limitada; havia uma brecha nas evidências”, disseram ao Medscape por e-mail o Dr. Millet e o Dr. Thomas Hone, ambos autores do trabalho.

O Brasil foi considerado um local importante para avaliar o impacto das leis antifumo na infância, por apresentar uma taxa relativamente alta de mortalidade infantil e, ao mesmo tempo, ser reconhecidamente um dos líderes no controle do tabaco.

Texto completo em: https://portugues.medscape.com/verartigo/6503754