Em comemoração ao Dia Mundial da Saúde Mental, conversamos com o Dr. Lucas Hosken, psiquiatra do IPPMG/UFRJ, sobre a importância de cuidar da saúde mental em todas as fases da vida. Nesta entrevista, Dr. Lucas compartilha suas percepções sobre os sinais de alerta, o impacto do ambiente no bem-estar e as principais práticas e políticas de saúde mental no Brasil.
Quais são os sinais mais comuns de que uma pessoa pode estar enfrentando problemas de saúde mental? Quando buscar ajuda profissional?
Segundo o Dr. Lucas, “Sofrer é inerente à vida humana”. O adoecimento mental ocorre quando não estamos mais conseguindo lidar com os desafios do dia a dia e começamos a nos sentir paralisados – seja por pensamentos recorrentes, medo constante ou tristeza profunda. Ainda segundo o Dr. Hosken, o importante é lembrar que adoecer psiquicamente não é sinal de fracasso pessoal. Buscar ajuda é uma forma de ampliar nossos recursos para enfrentar o sofrimento. Ele ressalta a importância de procurar apoio profissional quando os sinais persistem, para obter orientações adequadas, seja com medicamentos, terapias ou mudanças no estilo de vida.
Como o ambiente de trabalho e a vida cotidiana influenciam a saúde mental das pessoas?
O psiquiatra explica que um ambiente hostil, seja físico, social ou emocional, pode impactar negativamente na saúde mental. “Ambientes com excesso de estresse, violência ou desconfiança são nocivos. Por outro lado, um ambiente acolhedor e seguro promove bem-estar,” afirma. Esse equilíbrio entre estresse e recursos para lidar com ele é fundamental para manter a saúde mental.
Quais políticas públicas no Brasil contribuem para o cuidado com a saúde mental?
Dr. Lucas destaca a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) como uma das principais políticas do SUS voltadas para a saúde mental. A rede engloba diversos serviços, como os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial), clínicas da família e unidades de pronto atendimento. Além disso, políticas sociais mais amplas, como programas de renda mínima e melhorias em segurança pública e mobilidade urbana, têm impacto direto no bem-estar mental da população.
Quais práticas do dia a dia podem ajudar a promover a saúde mental?
O psiquiatra ressalta a importância de pequenas práticas no autocuidado. “Exercícios físicos regulares, tempo de qualidade com familiares e amigos, redução do uso de telas, contato com a natureza e um sono reparador são essenciais para o bem-estar.” Ele reforça que, embora essas práticas sejam recomendadas, elas não devem ser mais um motivo de pressão ou frustração.
O Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG) faz parte do Complexo Hospitalar (CH) da UFRJ gerido, desde junho de 2024, pela Rede Ebserh. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.