Dia Nacional da Vacinação – A importância da imunização infantil na saúde pública



No Dia Nacional da Vacinação, celebrado em 17 de outubro, destacamos a relevância deste ato fundamental para a proteção da saúde pública, especialmente entre as crianças. Para falar sobre o tema, entrevistamos a Dra. Thalita Fernandes de Abreu, Professora Adjunta do Departamento de Pediatria e médica do IPPMG/UFRJ. A especialista ressaltou o impacto transformador da vacinação na prevenção de doenças infecciosas e no fortalecimento do bem-estar infantil.

1. Qual a importância da vacinação para a saúde pública, especialmente no controle de doenças infecciosas entre as crianças?

“A vacinação é uma das formas mais eficazes de controlar a transmissão de doenças infecciosas. Além disso, é uma estratégia fundamental para a erradicação de doenças, como vimos com a poliomielite nas Américas e na Europa. É um método seguro e eficaz de proteger nossas crianças”, afirma a Dra. Thalita.

2. O Brasil tem um dos programas de vacinação mais completos do mundo. Quais são as principais vacinas disponibilizadas pelo SUS e qual o impacto delas na prevenção de doenças?

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) é motivo de orgulho para o Brasil. Segundo Dra. Thalita, um grande diferencial do país é que as decisões sobre o PNI são técnicas e não políticas, sempre com base científica. “Ao longo dos anos, o calendário vacinal do SUS se expandiu, abrangendo vacinas que protegem contra diversas doenças como tuberculose, poliomielite, sarampo, rubéola, pneumonia, meningite, entre outras. A proteção começa no nascimento e segue por toda a infância e adolescência”, destaca.

A lista inclui vacinas como BCG, hepatite B, pentavalente, VIP (poliomielite), meningocócica, HPV e muitas outras que garantem a proteção da população pediátrica contra doenças graves.

3. Muitas famílias ainda têm dúvidas ou medo de vacinar seus filhos. Como podemos combater a desinformação e incentivar a vacinação infantil de forma mais eficaz?

“A educação é o caminho”, enfatiza Dra. Thalita. “Precisamos unir esforços entre os profissionais de saúde para esclarecer as famílias e combater a desinformação. Conversas abertas, sem julgamentos, são essenciais para que dúvidas sejam respondidas com base em ciência, promovendo a segurança e confiança nas vacinas.”

4. Qual é o papel da vacinação em massa para evitar surtos de doenças erradicadas ou controladas no passado, como o sarampo e a poliomielite?

A vacinação em massa tem um papel crucial na chamada “imunidade de rebanho”. Dra. Thalita explica que, quanto maior o número de pessoas vacinadas, menor a circulação de agentes infecciosos no ambiente, protegendo inclusive aqueles que, por motivos de saúde, não podem ser vacinados. “Foi com a vacinação que conseguimos erradicar a varíola e controlar a poliomielite”, reforça.

5. Quais são os desafios atuais que o sistema de saúde brasileiro enfrenta em relação à cobertura vacinal, e como podemos melhorar o acesso e adesão às campanhas de vacinação?

Apesar de o SUS oferecer vacinas em todo o Brasil, Dra. Thalita destaca que a queda na adesão às vacinas é um desafio preocupante. “Não temos falta de vacinas no SUS. Elas estão disponíveis nos postos de saúde, clínicas da família e Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE). O desafio é educar e sensibilizar a população sobre a importância da vacinação, revertendo a queda nas coberturas vacinais e protegendo nossas crianças.”

Dra. Thalita concluiu reforçando que a vacinação é um ato de responsabilidade coletiva e uma das mais poderosas ferramentas para promover a saúde pública. “Proteger nossas crianças é garantir um futuro mais saudável para todos.”

Vacinar é proteger! Neste Dia Nacional da Vacinação, reforçamos a importância desse ato essencial para a saúde e bem-estar de todos. O complexo Hospitalar da UFRJ se orgulha de fazer parte da rede de atenção que contribui para manter nossas crianças saudáveis e seguras.

O Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG) faz parte do Complexo Hospitalar (CH) da UFRJ gerido, desde junho de 2024, pela Rede Ebserh. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.